A relação entre a obesidade e o câncer

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A relação entre a obesidade e o câncer

As evidências de que a obesidade eleva o risco de câncer têm se acumulado nos últimos anos. Com o aumento do número de pessoas com sobrepeso e obesidade nas últimas décadas – principalmente nas Américas –, mais casos de tumores malignos surgiram.

Um dos primeiros alertas veio em 2014, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que citou pesquisas apontando relações críticas entre câncer e obesidade: “como cerca de ¾ da população americana cai na faixa de excesso de peso ou obesidade, essa ameaça pode superar a do fumo como a principal causa passível de prevenção”. A sociedade chega a usar o termo “epidemia de obesidade” para tratar do assunto.

A Imperial College London publicou recentemente os resultados de uma análise de mais de 200 estudos sobre o tema, na qual há evidências claras de que a obesidade aumenta os riscos de câncer de mama, esôfago, estômago, vias biliares, pâncreas, rim, endométrio, ovário, cólon e reto. Em homens, por exemplo, para cada 5 kg/m² de aumento do índice de massa corporal (IMC), o risco de câncer de reto sobe 9% e o das vias biliares, 56%. Em mulheres na menopausa, cada 5 kg/m² de aumento do IMC acrescenta 11% no risco de câncer de mama.

Os meios pelos quais o excesso de tecido adiposo facilita o aparecimento de tumores malignos são variados, mas nem todos estão claros. O câncer de esôfago, por exemplo, é geralmente atribuído ao contato do suco gástrico com a mucosa do esôfago, causado pela doença do refluxo gastroesofágico. O câncer de mama, de ovário, de próstata e de endométrio, por outro lado, provavelmente envolvem desequilíbrios gerados pelos hormônios secretados pelas células adiposas.

Dito isto, é possível que exista uma causa em comum que justifique, ao menos em parte, o aumento do risco de câncer: a inflamação. Assim como a maioria dos tecidos, as células adiposas renovam-se constantemente. O organismo se livra das mais velhas e de membranas e células mortas, atraindo para o local glóbulos brancos. O fluxo dessas células é capaz de criar uma inflamação de intensidade proporcional ao número de células adiposas. Atualmente, a obesidade é vista como causadora de um processo inflamatório crônico, base para doenças graves como ataques cardíacos, diabetes, câncer e doenças reumatológicas.

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